Longe de ser um conceito futurista ou aposta distante, a Inteligência Artificial (IA) está no centro das transformações mais profundas que moldam o presente e o futuro dos negócios. Diante dessa nova realidade, os conselhos de administração precisam assumir um papel protagonista, reposicionando-se não apenas como guardiões da governança, mas como verdadeiros catalisadores da transformação digital.
Nas grandes empresas globais, a IA já deixou de ser uma mera ferramenta operacional e passou a ser reconhecida como um ativo estratégico. No entanto, o cenário brasileiro ainda está bem distante desta realidade. Segundo dados do IBGC, apenas 20% dos conselhos discutem IA com regularidade, enquanto quase metade ainda se encontra na fase exploratória.
O problema não é trivial. As questões relacionadas à segurança, a baixa familiaridade com tecnologia por parte dos conselheiros, os entraves regulatórios, os conflitos de prioridades estratégicas e a escassez de talentos são barreiras que comprometem a capacidade das empresas de incorporar a IA de forma ética, segura e eficiente. Ignorar essas questões significa não apenas perder competitividade, mas colocar em risco a sustentabilidade futura do negócio.
Neste contexto, é necessário que os conselhos se reestruturem. E essa mudança começa com uma revisão de sua própria composição. É urgente incluir perfis mais diversos e tecnicamente preparados, com experiência em dados, inovação, cibersegurança e ética em tecnologia. Não se trata de transformar conselheiros em especialistas técnicos, mas de garantir que o colegiado tenha repertório suficiente para formular perguntas relevantes, compreender riscos complexos e tomar decisões estratégicas bem fundamentadas.
Além disso, é necessário criar comitês de tecnologia, ou seja, estruturas especializadas que atuem de forma permanente no monitoramento dos impactos da IA. Esses comitês devem acompanhar tendências, orientar investimentos e supervisionar os riscos éticos e regulatórios, garantindo que a inovação tecnológica esteja sempre alinhada aos valores e objetivos da organização.
O Brasil ainda tem tempo de se reposicionar, mas esse tempo é curto. A competitividade das empresas brasileiras depende também da maturidade digital de suas lideranças.
Sócia fundadora da Soul, com 25 anos de experiência em Executive Search desenvolvida em grandes empresas nacionais e internacionais do setor.
Forte vivência na condução de processos seletivos C-Level e de Conselheiros de Administração em empresas nacionais e multinacionais, assim como projetos de Governança Corporativa em empresas familiares.
Experiência como Coach, conduzindo processos de Coaching para o nível executivo.
Atuação como Conselheira de Administração do Hospital Samaritano durante 2 mandatos, Conselheira de Administração do Clube de Campo de São Paulo e Membro do Comitê de Nomeação da Umane.
Psicóloga, com MBA pela FGV – EAESP
Certificação em Coaching pelo Ericksson College
Formação em Neurocoaching e Neuroleadership – Brain Based Coaching Certificate, fundamentada na Neurociência pelo INL (NeuroLeadership Institute)
Formação de Conselheiros de Administração, pelo IBGC