Nas empresas com governança corporativa consolidada, tal situação não é observada
A maioria das vagas disponíveis no mercado para Conselheiros provém de empresas de capital fechado, muitas delas de origem familiar. Dessa forma, os executivos que optarem por essas posições devem estar preparados para enfrentar cenários significativamente diferentes daqueles encontrados em corporações com Governança Corporativa já consolidada.
Um dos desafios para esses profissionais é se manter distante da operação e do corpo executivo que conduz o negócio. “Com a máxima ‘nose in, hands off,’ princípio básico da atuação de um Conselheiro, muitos se veem convidados a participar da operação de alguma maneira, e saber estabelecer o limite para não confundir os papéis é importante”, pontua a Sócia da Soul HR Consulting, Renata Filippi.
“Neste ambiente, não é raro que fundadores e investidores acabem vendo o Conselheiro como um ativo estratégico para a companhia, que teria, hipoteticamente, que contribuir para a gestão do dia a dia, contrariando um dos grandes preceitos desta posição, que implica em atuar na estratégia da empresa, mas manter distanciamento da operação”, justifica Renata Filippi.
A explicação, segundo Filippi, é que, neste perfil de empresas, boas práticas de Governança Corporativa, no geral, ainda estão em fase de implementação.
“Nas grandes empresas, como as listadas em bolsa de valores, por exemplo, esse tipo de situação dificilmente acontece devido ao amadurecimento dessas empresas em relação às boas práticas de governança”, explica Renata.
Para ela, a saída, muitas vezes, é que o Conselheiro mantenha o foco nas pautas estratégicas, pensamento presente e futuro, convidando os executivos que conduzem a operação a apresentarem os resultados nas reuniões de Conselho e não descendo à operação para suportá-los no dia a dia, como pode ser a expectativa de alguns acionistas.
Para apoiar executivos e sócios de empresas a compreender os desafios e oportunidades da carreira de Conselheiros, a consultoria Soul Consulting realiza 10ª edição do Soul Board Experience, o SBX, que acontece no dia 12 de março.
O SBX pode ser considerado a primeira jornada imersiva desenhada no país com módulos educativos e mentoria voltados para auxiliar os executivos que buscam oportunidades de carreira em Conselhos ou Comitês na área a tomar a melhor decisão.
“Fundadores e acionistas também podem se beneficiar do SBX ao absorverem os principais conceitos de Governança Corporativa e compreenderem o verdadeiro papel dos Conselheiros”, ressalta Filippi.
As estatísticas baseadas nas edições anteriores do SBX demonstram que os perfis dos indivíduos interessados em ser conselheiros e que participaram das edições anteriores do SBX são formados por profissionais C-Level, em sua grande maioria, sendo 75% homens e 35% mulheres, com faixa etária entre 45 e 65 anos.
Uma pesquisa, lançada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em dezembro passado, mostrou o resultado de um levantamento com quase 600 empresas de capital fechado que, desde 2018, autoavaliam seu estágio de desenvolvimento na adoção de práticas de governança. Intitulada “Métrica de governança corporativa: os caminhos trilhados pelas empresas de capital fechado”, os indicadores apontaram que entre 66,5% e 70% das empresas estão em fase inicial e básica na implementação de governança.